"Não podemos te mostrar o caminho certo, mas podemos te ajudar a escolher o melhor deles"
terça-feira, 4 de maio de 2010
Jesus e Maria Madalena
Até os dias de hoje o que parte das pessoas tem em mente sobre Maria Madalena é que, ela era uma prostituta arrependida de seus pecados e salva por Jesus.
A Igreja por quase 2 mil anos estigmatizou Madalena como uma mulher promíscua, devassa. Somente no ano de 1969 é que, o Vaticano acabou corrigindo essa afirmação, ou seja, 1.378 anos mais tarde.
Segundo Dan Brown, autor do livro “O Código Da Vinci” e outros historiadores renomados afirmam que, “em lugar nenhum, a Bíblia diz que Maria Madalena era prostituta, e que essa representação de promiscuidade imposta a ela está errada”.
Na Bíblia, as imagens freqüentemente associadas a ela são a da pecadora que unge os pés de Jesus (Lucas 7, 36-38), a da mulher que derrama óleo perfumado sobre Sua cabeça (Mateus 26, 6-7) e a da esposa que está preste a ser apedrejada por adultério e é salva por Cristo (João 8, 3-12).
Porém, nenhuma delas é, de fato, Madalena.
A única passagem mais “desabonadora” – a expulsão de sete demônios – está no Evangelho de Marcos (16, 9).
Após uma leitura atenta das Escrituras, é possível constatar que ela aparece nos momentos mais nobres da vida de Jesus: aos pés da cruz e como testemunha primeira da ressurreição.
Mas no ano de 591, o Papa Gregório I (Gregório Magno – ano 590-604), fez um sermão de Páscoa declarando que Maria Madalena, Maria de Betânia, a prostituta anônima, eram sim, a mesma pessoa.
Segundo o Teólogo Jeffrey Bingham – Dallas Theological Seminary, afirma que antes do século VI não foi encontrada nenhuma ligação clara entre Maria Madalena e uma prostituta ou entre Maria Madalena e uma pecadora, essa demarcação acontece com Gregório. E foi, lamentavelmente, uma circunstância infeliz.
O Padre Richard Mcbrian da Notre Dame University diz que, essa crença é falsa e que não há fatos que provem essa antiga tradição de que Madalena era uma prostituta. O fato de ter demônios não quer dizer que Maria Madalena fosse promíscua, ele diz também que demônios não eram monstros de ficção científica.
Eram basicamente doenças e que na época não havia tecnologia e sofisticação na Medicina, por isso, atribuíam as doenças aos demônios. Então expulsar os demônios dela significava curá-la. O Padre Richard diz ainda que Madalena é uma das grandes santas da história da Igreja e que entre os discípulos de Jesus, Maria Madalena era a mais próxima.
Mas por que essa perseguição destrutiva da Igreja em relação à imagem de Maria Madalena? Por que durante séculos a Igreja retratou, Maria Madalena como uma meretriz?
Se consultarmos a Bíblia cristã, fica claro que há grandes lacunas nas histórias sobre a vida de Jesus. A Igreja escolheu os quatro Evangelhos do Novo Testamento, mas havia outras histórias sobre Jesus, Evangelhos tão polêmicos que a Igreja mandou destruí-los.
E assim o foram, com exceção de uma cópia, que ficou escondida no Egito até cerca de 50 anos atrás, os pergaminhos de Nag Hammadi, uma versão alternativa da época de Jesus e Maria Madalena.
A Igreja sempre fez um grande esforço para reunir e destruir esses documentos.
Nag Hammadi é uma aldeia no Egito, conhecida como Chenoboskion na antiguidade, cerca de 225 km ao noroeste de Assuan, com aproximadamente 30.000 habitantes. É uma região camponesa onde produtos como o açúcar e o alumínio são produzidos.
A cidade é conhecida por ter abrigado, até Dezembro de 1945, treze códices de papiro, com capa de pergaminho, descobertos por camponeses num recipiente fechado.
Entre as obras aí guardadas encontravam-se tratados gnósticos. Gnose, cuja origem etimológica é a palavra grega "gnosis", significando "conhecimento", designa um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem, os gnósticos são libertadores, é a típica característica do livre pensador e Jesus de acordo com os relatos, rompia as normas impostas e atacava as autoridades religiosas, bastante anarquista (no bom sentido) e essa é uma característica clássica do antigo gnosticismo.
Gnosticismo designa o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga Gnose, com influências do Neo-platonismo e dos Pitagóricos.
Também foram encontradas três obras pertencentes ao Corpus Hermeticum e uma tradução parcial da República de Platão.
Historiadores afirmam que os documentos foram escondidos por um monge num mosteiro local no século IV, a mesma época em que o bispo de Alexandria mandou destruí-los.
Os manuscritos têm nomes como “O Evangelho de Tomás”, “O Evangelho da Verdade”, “O Evangelho de Felipe” e um fragmento encontrado em outro lugar se chama “O Evangelho de Maria Madalena”, também conhecido como “Evangelhos Gnósticos”.
Parte destes manuscritos foi adquirida pela Fundação C.G. Jung, que continha como citamos o também famoso Evangelho de Tomás considerado pelos historiadores como o registro mais próximo das palavras de Jesus, o Vaticano o classificou como herege. Jesus disse:
“O Reino de Deus está em vós... E à sua volta...”.
Não em templos de madeira e pedra...”“.
“Parte um pedaço de madeira e ali estarei...”.
Ergue uma pedra e me encontrarás...”“.
Em 1952, o governo egípcio nacionalizou o restante da coleção Nag Hammadi. Somente em 1961, um grupo internacional de especialistas se reuniu para copiar e traduzir o material como um todo. Em 1972, apareceu o primeiro volume da edição fotográfica. E finalmente em 1977 a coleção inteira, pela primeira vez, apareceu em tradução inglesa.
Os pesquisadores modernos estabeleceram que alguns manuscritos, ou a maioria deles datam de no máximo 150 d.C. E pelo menos um pode incluir material ainda mais antigo do que os quatro Evangelhos do Novo Testamento que conhecemos.
Essa coleção constitui um repositório valioso de documentos cristãos iniciais, além do mais, alguns documentos podem ser considerados possuidores de uma veracidade própria, única.
Pois eles escaparam à censura e revisão da ortodoxia romana e foram originalmente escritos para uma audiência egípcia e não romana, e desta forma não são distorcidos ou adaptados aos ouvidos romanos.
Finalmente eles podem se basear em fontes de primeira mão e/ ou testemunha oculares.
Segundo Dan Brown, os historiadores imaginam que, se a Igreja fez um esforço tão grande para destruir essas informações, elas devem ser, no mínimo, explosivas.
Mas que informações eram essas que precisavam a qualquer custo ser apagadas, que precisavam ser ocultas?
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